A prefeitura assume a responsabilidade pelas calçadas, que hoje é do morador. Essa é a proposta do prefeito Cezar Schirmer (PMDB) para criar nova identidade visual e um padrão de qualidade aos passeios públicos de Santa Maria. Quem vai pagar a conta, porém, é a população. Especialistas e entidades consideram interessante a alternativa, mas questionam se o município terá capacidade de executar e fiscalizar o serviço.
200 moradores de Santa Maria foram notificados pelas condições de suas calçadas
Para a proposta virar realidade, será necessário criar um fundo municipal, ou seja, uma lei específica para calçadas que precisará do aval da maioria dos vereadores no Legislativo.Segundo Schirmer, a forma de captar recursos para o fundo ainda está em análise:
Pode-se acrescentar um percentual no IPTU ou fazer aos moldes da contribuição de iluminação pública.
Buracos na rua são o principal problema de moradores de Santa Maria
A ideia surgiu a partir de indicações para priorizar o deslocamento do pedestre no Plano de Mobilidade Urbana, aprovado neste ano, e de experiências semelhantes em cidades americanas e europeias. Diante disso, o Instituto do Planejamento fez um levantamento de materiais e de custos para padronizar as calçadas em diferentes regiões da cidade (veja quadro). Temos o Caminhe Legal (decreto de 2011 que criou modelos para novas calçadas), que padroniza, mas a realidade é que as pessoas não entendem nem têm obrigação de entender a técnica construtiva afirma o engenheiro e presidente do instituto, Francisco Severo.
O engenheiro ainda acrescenta que não há um padrão estético na hora de fazer a calçada.
O padrão é o mais barato. O cidadão não é obrigado a entender disso. Existem passeios construídos há seis meses que estão deteriorados, e outros, de cinco anos, que estão em condições exemplifica.
Sistema ineficiente
Se for criada uma taxa específica para toda a população, aos moldes da iluminação pública, a prefeitura projeta uma situação perto da ideal dentro de cinco a seis anos. Porém, o assunto ainda vai dar o que falar, como o próprio prefeito admite:
Santa Maria terá um padrão invejável de calçada, estilo calçadão de Copacabana. Mas será que a população está disposta a pagar por um passeio assim?
Na maioria das cidades brasileiras, a responsabilidade pela construção (ou manutenção da calçada) é dos munícipes, cabendo à prefeitura o papel de fiscalizar. Em 2014, uma equipe de 12 fiscais da secretaria de Desenvolvimento Urbano emitiu 990 notificações por irregularidades em passeios públicos e marquises. Neste ano, já foram mais de quatro centenas, mas o sistema ainda é deficiente. Além da questão estética, o que se observa são calçadas que viram uma armadilha para o pedestre em função de desníveis e buracos.
Desafio de executar e fiscalizar é grande
Especialistas em mobilidade urbana e entidades representativas de Santa Maria afirmam que o desafio proposto pela prefeitura é grande e exige discussão. Eles são unânimes em dizer que, para dar certo, tudo dependerá da boa execução do processo e da fiscalização.
Para o presidente da Agência de Desenvolvimento de Santa Maria (Adesm), Vilson Serro, a iniciativa, em tese, é bo"